Arrastamento (Drag) is a plastic proposal happening in three stances of blurring between sculpture, drawing, and the idea of a continuous phenomenon of cycles which initiate and end in sequence.
In this intervention by António Bolota, materiality is the vehicle which transports us to a trans-idiomatic universe where linguistic crystallizations are shattered and the orbits of concepts are displaced and headed towards a point of convergence, and consequently, re-launching.
Arrastamento é uma proposta plástica em três momentos de diluição entre a escultura, o desenho e a ideia de um fenómeno contínuo de ciclos que iniciam e se fecham em sucessão.
Nesta intervenção de António Bolota, a materialidade é o veículo que nos transporta para um universo transidiomático onde as cristalizações linguísticas são estilhaçadas e se desviam as órbitas dos conceitos para um ponto de convergência, e consequente relançamento.


From protolith, sediment and fire, clay and glass. Two materials separated by different transformation processes move between states – solid/liquid/solid – and are subject to new aesthetically determined manipulation. The tranquillity with which they now rest together, one on top of the other, one underneath the other, in an almost ritualistic poetry, does not allow us to read the incandescent processual violence which carved these pieces and which we may dare to personify.
The black cloaks with which António Bolota ambiguously covers these metamorphic figures – whether gently laid down or brutally projected – while still reflecting the light that reveals them to our eyes, seem to negate the ground that supports them, creating a plane of spatial and temporal infinity; a plane of a telluric metaphysics; a plane of union and convergence of everything that is in the world.
_ André Lança
Do protólito, o sedimento e o fogo, o barro e o vidro. Dois materiais separados por processos de transformação diversos, transitam entre estados – sólido/líquido/sólido – e padecem de nova manipulação esteticamente calculada. A tranquilidade com que agora repousam juntas, uma sobre outra, outra sob uma, numa poesia quase ritualística, não dão lugar à leitura da violência processual incandescente que talhou estas peças e que podemos atrever-nos a personificar.
Os mantos negros com os quais António Bolota ambiguamente cobre estas figuras metamórficas – quer gentilmente pousados, quer brutalmente projectados – ainda que reflectindo a luz que os revelam aos nossos olhos, parecem anular o chão que os ampara, criando um plano de infinidade espacial e temporal; um plano de uma metafísica telúrica; um plano de união e convergência de tudo o que existe e de onde tudo cresce: do silicato, do quartzo, do feldspato, da primeira pedra.
_ André Lança

António Bolota, Untitled, 2023. Single-fired glazed earthenware and 10mm thick laminated tempered glass. 37 x 301 x 293 cm. Unique
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António Bolota, Untitled, 2023. Single-fired glazed earthenware and 10mm thick laminated tempered glass. 37 x 301 x 293 cm. Unique
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António Bolota, Untitled, 2023. Single-fired glazed earthenware and 10mm thick laminated tempered glass. 95 x 224 x 290 cm. Unique
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António Bolota, Untitled, 2023. Single-fired glazed earthenware and 10mm thick laminated tempered glass. 61,5 x 269 x 303 cm. Unique
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António Bolota, Untitled, 2023. Single-fired glazed earthenware and 10mm thick laminated tempered glass. 61,5 x 269 x 303 cm. Unique
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BIO
António Bolota started his artistic career in the mid-90s, carrying his know-how in the field of Engineering into the artistic universe. The artist convokes this particular set of theoretical knowledge as he creates sculptures that challenge the spaces where they are built or fuse with their architecture. He completed the Advanced Course in Ar.Co – Center for Art and Visual Communication in 2008. Lives and works in Lisbon. A selection of António Bolota’s individual exhibitions includes the following galleries and spaces: Galeria Vera Cortês, Lisbon (2023 / 2016); Sismógrafo, Porto (2023); Galeria do Parque, Vila Nova da Barquinha (2022); Casa da Cerca, Almada (2021); Culturgest, Lisbon (2021); Travessa da Ermida, Lisbon (2020); Fundação Carmona e Costa, Lisbon (2019); Galeria Quadrum, Lisbon (2019); Appleton Square, Lisbon (2016); Fórum Eugénio de Almeida, Évora (2016); Galeria Quadrado Azul, Lisbon and Porto (2014/2012/2010); Pavilhão Branco, Lisbon (2010) and Ermida de Guadalupe, Vila do Bispo (2010). Group shows in which he participated include: Visitante Ocasional, Centro de Arte Contemporânea de Coimbra (2023); Mais Nada se Move em Cima do Papel, Centro de Artes de Águeda (2020); Projecto MAP 2010-2020. Mapa ou Exposição, Museu Coleção Berardo, Lisbon (2020); Black Box: Potlatch, Museu do Caramulo, Portugal (2019); Escala 1:1. 21 artistas contemporáneos portugueses, Tabacalera, Madrid (2018); Cosmic, Sonic, Animistic, CIAJG, Guimarães (2017); Sala dos Gessos, Museu da Eletricidade, Lisbon (2016); A arquitectura dos artistas, AtelierMuseu Júlio Pomar, Lisbon (2016); Canal Caveira, Cordoaria Nacional, Lisbon (2015); Projeto Contentores, EDP Foundation, Lisbon; LandArt, Cascais, (2014); António Filipe, Parkour, Lisbon (2013); How to Protect Oneself From the Tiger, 16th Cerveira Biennial, Vila Nova de Cerveira (2011); Estados Gerais, Artecontempo, Lisbon (2009) and Telhado, Interpress, Lisbon (2006). In 2009 was nominated for the EDP New Artists Award.
BIO
António Bolota começou a expor em meados dos anos 90, trazendo para o universo artístico saberes oriundos da Engenharia, área onde radica a sua formação. Um conjunto de conhecimentos técnicos são convocados na criação de esculturas que se confrontam com o espaço para onde são construídos ou que se fundem com a própria arquitetura. Em 2008 concluiu o Curso Avançado no Ar.Co – Centro de Arte e Comunicação Visual. Vive e trabalha em Lisboa. Uma seleção das suas exposições individuais inclui galerias e espaços como: Galeria Vera Cortês, Lisboa (2023 / 2016); Sismógrafo, Porto (2023); Galeria do Parque, Vila Nova da Barquinha (2022); Casa da Cerca, Almada (2021); Culturgest, Lisboa (2021); Travessa da Ermida, Lisboa (2020); Fundação Carmona e Costa, Lisboa (2019); Galeria Quadrum, Lisboa (2019); Appleton Square, Lisboa (2016); Fórum Eugénio de Almeida, Évora (2016); Galeria Quadrado Azul, Lisboa e Porto (2014/2012/2010); Pavilhão Branco, Lisboa (2010) e Ermida de Guadalupe, Vila do Bispo (2010). Das exposições coletivas em que participou destacam-se: Visitante Ocasional, Centro de Arte Contemporânea de Coimbra (2023); Mais Nada se Move em Cima do Papel, Centro de Artes de Águeda (2020); Projecto MAP 2010-2020. Mapa ou Exposição, Museu Coleção Berardo, Lisboa (2020); Black Box: Potlatch, Museu do Caramulo, Portugal (2019); Escala 1:1. 21 artistas contemporáneos portugueses, Tabacalera, Madrid (2018); Cosmic, Sonic, Animistic, CIAJG, Guimarães (2017); Sala dos Gessos, Museu da Eletricidade, Lisboa (2016); A arquitectura dos artistas, Atelier-Museu Júlio Pomar, Lisboa (2016); Canal Caveira, Cordoaria Nacional, Lisboa (2015); Projeto Contentores, Fundação EDP, Lisboa; LandArt, Cascais, (2014); António Filipe, Parkour, Lisboa (2013); Como Proteger-se do Tigre, 16ª Bienal de Cerveira, Vila Nova de Cerveira (2011); Estados Gerais, Artecontempo, Lisboa (2009) e Telhado, Interpress, Lisboa (2006). Em 2009 foi nomeado para o Prémio EDP Novos Artistas.
Text / Texto: André Lança
Video Production / Produção vídeo: Duarte Sarmento
Photos / Fotografias: Bruno Lopes